O Plasma e o Caos

 

    Um mundo diferente está se iniciando. A mentalidade científica está se alterando e se moldando à nova realidade ecológica e holística do novo milênio que surge. O TODO deve ser estudado no todo, e não em parte. Qualquer especialização em certas áreas, deve ser encarada como prejudicial ao entendimento universal. Em minha opinião, é importante que se estude detalhadamente cada fenômeno, mas sempre tendo em vista sua interação com o todo universal. Isolar-se em um assunto é uma forma de escapismo. Mostrarei agora como duas teorias aparentemente diferentes podem se juntar como um casal apaixonado:

    A Teoria do Caos basea-se no fato de que o comportamento do macro pode ser encontrado a partir do micro, e qualquer modificação na condição inicial de um fenômeno altera toda a vida futura deste.

    A teoria do Plasma procura descrever o quarto estado da matéria. Plasma é simplesmente um gás ionizado, mas tem um comportamento totalmente diferente do gás comum. Quase toda a matéria interestelar que conhecemos é composta de plasma. A física e a química do plasma são atualmente ciências universais, sendo aplicadas em diferentes ramos para as finalidades mais diversas; inclusive originando novos ramos da ciência e tecnologias inimagináveis.

    O vácuo interestelar, cogitado no final do século XIX por quase todos os cientistas, nunca existiu realmente. O espaço cósmico não é vazio, mas completamente atravessado por correntes e forças, das quais mal sabemos ainda alguma coisa. Do plasma que preenchia o espaço surgiram forças que o condensaram e resultaram nos corpos celestes, que se agruparam em galáxias.

    Atualmente vamos descobrindo, nas experiências com plasmas em laboratório, por que as galáxias têm braços em espiral: Halton C. Arp, cientista americano, demonstrou que o plasma, ao fluir do centro da galáxia, é contido por um campo magnético tubular e conduzido aos braços em espiral.

    W. Bostick, analisando as formas plasmóides (nuvens de plasma na forma de nebulosas espirais, de até 50 cm de comprimento), através de fotografias tiradas em experiências no laboratório, ficou estupefato. As fotos realmente são impressionantes, pois observa-se um universo em miniatura. "O que está em cima é exatamente o que está embaixo".

    Na Teoria do Caos, se pegarmos um pedaço infinitesimal da figura de Mandelbrot (uma figura conhecidíssima dessa área, desenhada num computador a partir da iteração repetida de uma equação matemática) e ampliá-lo, ele terá o formato básico da figura inteira. O diminuto é praticamente igual ao todo. Como já disse, num plasmóide de laboratório, observamos o mesmo que veríamos, se deparássemos com a imensidão universal,pelos telescópios mais poderosos. O diminuto é igual ao todo.

    A Teoria do Caos é tão universal e abrangente quanto a física dos Plasmas. Geólogos, metereologistas, físicos, químicos, engenheiros, artistas gráficos, pintores, e até economistas vêem na Teoria do Caos um modo de equacionar o antes imprevisível.

    Todas as duas teorias que mencionei são ainda muito novas e muito ainda será desenvolvido para aprimorá-las. Mas são ferramentas poderosas para se entender o universo. Se juntarmos as duas em um só modo de pensar, ganharemos muito mais. Isso é possível, fácil de fazer e de aplicar também a outras teorias existentes, como este pequeno artigo demonstrou.

Lucio Marassi de Souza Almeida

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